quarta-feira, 19 de maio de 2010



A tragédia da arte moderna

No ensaio Thomas Mann e a tragédia da arte moderna, Lukács observa a evolução da obra de Goethe e a de Thomas Mann e mostra como os dois foram se abrindo à universalidade, ao viverem transformações que alteraram profundamente a face do mundo. Segundo ele, são casos extremamente raros entre escritores. E chama a atenção sobre o quanto em Balzac, por exemplo, a crise de 1848 obscureceu a última produção do escritor francês. Em Goethe, a evolução traduziu-se num crescimento da abstração e sua “estrutura artística tornou-se cada vez mais artificiosa”. Em Thomas Mann ocorreu o oposto, com o “enriquecimento das concretas determinações poéticas e, sobretudo, dos atributos histórico-sociais dos personagens criados”. Os dois escritores não se fecharam às novas correntes literárias contemporâneas, mas mantiveram em relação a elas uma atitude crítica.
Num momento de discussão sobre necrológios um bom tema para debate...

Nenhum comentário: