quarta-feira, 23 de junho de 2010


Kaka Werá Jecupé


Leiam o que escreveu Kaka Werá Jecupé, escritor brasileiro, índio tapuia txucarramãe, desconhecido das antologias acadêmicas. Até quando?


“Para o tupi-guarani, ser e palavra, ser e linguagem, são uma só coisa. A palavra que designa ser é a mesma que designa palavra. Ayvu: alma e som. A própria palavra tupi significa som-em-pé. Nosso povo distingue o ser como tom de uma grande música cósmica, regida por um grande espírito criador, o qual chamamos Namandu-ru-etê ou Tupã, que significa o som-que-se-expande. O ser humano é visto como uma vibração, um ato pulsante. É a partir daí que começa a relação do tupi-guarani com a palavra. Um dos nomes da alma é neeng, que também significa fala. Um pajé é aquele que emite neeng-porã, aquele que emite belas palavras. Não no sentido da retórica. Não. O pajé é aquele que fala com o coração. Porque fala e alma são uma só coisa. Um é o que um fala”.

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