quinta-feira, 14 de abril de 2011


É de Jurandy Temóteo um livro que merece a leitura de quem se interessa pelas artes plásticas: A xilogravura de Walderêdo Gonçalves. Editado no Crato, pelo autor, trata da obra de um dos grandes gravadores populares do país. É de seu livro  o texto que expressa a ‘visão do artista’ sobre a xilogravura que serve de ilustração. 
“O Mestre-escola

(A visão do artista)

É uma escola do campo há muitos anos atrás. O Mestre-escola está na barraca com seus alunos. A barraca é simples, coberta de palha e alguns paus segurando. Toda aberta: não tem portas nem janela. O Mestre-escola é um velho professor, de cabelos brancos, de óculos e barba. Ele está sentado no meio da barraca, com uma mesa, um livro aberto, uma palmatória para dar (bolos) nos meninos que errarem a arguição e umas pedrinhas em cioma da mesa. Essas pedrinhas é para quando os menonos irem para a casinha levarem uma pedrinha. Quando outro menino quiser ir também tem de esperar a chegada do outro trazendo a pedrinha. A escolinha não tem carteiras. São bancos toscos. São cinco meninos. Quatro estão de gente para o professor; o quinto, de lado, está sentado só, lendo. O banco cabe mais alunos.
A escolinha não tem piso, é só chão bruto.”
(In Jurandy Temóteo: A xilogravura de Walderêdo Gonçalves. Crato. Edições A Província. 2002).

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