quinta-feira, 24 de novembro de 2011


 
Um poema de Esman Dias

Poética

 para Everardo Norões

A aranha esquiva
do teu poema
se indociliza
na tua mão

Morna e lasciva
 pétala, flanco,
sabem teus dedos
tangê-la, mansos?

Sossegue imóvel
tua ciência;
hiberne lento
teu coração

Deixa que a aranha
do teu poema
navegue a seda
da tua mão.

(Ilustração: Paul Klee)

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