terça-feira, 31 de janeiro de 2012


 Como era Camões?

A fisionomia de um autor não tem muita importância. É a obra que vale. Tratando-se de Camões, no entanto, sua iconografia foi tão difundida que às vezes entre dois de seus retratos a única coisa que se assemelha é o olho cego. B. Xavier Coutinho, no estudo Camões e as artes plásticas: subsídios para a iconografia camoniana, publicado em dois volumes pela Livraria Figueirinha, no Porto (1946) – que contem certamente a mais exaustiva documentação sobre o assunto –, escreve que “dois retratos estão na base de toda a iconografia camoniana, um o que foi desenhado por Fernando Gomes, aí por 1570, e o outro, o retrato oriental datado de 1581. Há pouco ainda reveladas estas duas espécies notáveis são a verdadeira certidão de autenticidade, em contra-prova, dos traços fisionômicos de Camões que, no século XVII, as gravuras de A. Paulus (1624) e Pedro de Villa Franca Malagon (1639) popularizaram superabundantemente, levando-os ao prelo a todos os recantos da terra”. 

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