segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012





Em todo curso de literatura deveria ser obrigatória a leitura de um dos mais instigantes ensaios literários: A orgia perpétua, de Mario Vargas Llosa. O título é tirado de uma frase de Gustave Flaubert, que serve de epígrafe ao livro (“O único meio de suportar a existência  é de se aturdir  na literatura, como numa orgia perpétua”) e consta de uma correspondência dirigida a Mlle. Leroyer de Chantepie, dois anos depois de Madame Bovary ter sido publicado pela primeira vez, em La Revue de Paris.
La orgia perpetua começa com um capítulo intitulado Uma paixão não correspondida, no qual Vargas Llosa descreve como brotou, e nunca cessou de crescer, sua admiração pelo escritor francês, tido como o pai do romance moderno.  Em seguida, sob a forma de uma espécie de entrevista a si mesmo, responde às questões que procuram explicar o surgimento da ideia do Madame Bovary e todos os mecanismos utilizados na sua realização. Vem depois a análise crítica de Vargas Llosa, descrição dos mecanismos literários utilizados por Flaubert, muitos dos quais o escritor peruano iria se valer em romances como seu último O sonho do Celta.

Nenhum comentário: